quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Viajar?


Serra da Freita, Arouca.
Foto Fernando Brito.


Viajar? 

Viajar? 
Para viajar basta existir. Vou de dia para dia, como de estação para estação, no comboio do meu corpo, ou do meu destino, debruçado sobre as ruas e as praças, sobre os gestos e os rostos, sempre iguais e sempre diferentes, como, afinal, as paisagens são.


Se imagino, vejo. Que mais faço eu se viajo? Só a fraqueza extrema da imaginação justifica que se tenha que deslocar para sentir.

“Qualquer estrada, esta mesma estrada de Entepfuhl, te levará até ao fim do mundo”. Mas o fim do mundo, desde que o mundo se consumou dando-lhe a volta, é o mesmo Entepfuhl de onde se partiu. Na realidade, o fim do mundo, como o princípio, é o nosso conceito do mundo. É em nós que as paisagens têm paisagem. Por isso, se as imagino, as crio; se as crio, são; se são, vejo-as como às outras. Para quê viajar? Em Madrid, em Berlim, na Pérsia, na China, nos Pólos ambos, onde estaria eu senão em mim mesmo, e no tipo e género das minhas sensações?



"A vida é o que fazemos dela. As viagens são os viajantes. O que vemos, não é o que vemos, senão o que somos."
Fernando Pessoa
Este blog surgiu hoje da conversa, em jeito de aula de apresentação, com os alunos do Curso Técnico Superior Profissional de Turismo e Informação Turística da ECTS - Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Porto!Dele e nele pretende-se, não só, a partilha de materiais de apoio às aulas, mas, e sobretudo, de pedaços de encontro numa viagem que estes alunos iniciaram agora pelo infinito, mas sempre desafiante, trilho do saber em busca de alicerces para futuros de esperança no âmbito da imensa envolvência que é o TURISMO e todas as suas circunstâncias, potencialidades e inevitáveis desafios!
Lola

Arouca Geopark


Geopark, Arouca

Arouca Geopark

"Um dos geossítios mais emblemáticos do Arouca Geopark. Aqui, vai ser surpreendido por um fenómeno único no mundo: as Pedras Parideiras. Do ponto de vista geológico, esta rocha designa-se «granito nodular da Castanheira» e estende-se por uma área de cerca de 1 km2. O granito é de cor clara e apresenta um grão médio, com duas micas e uma invulgar quantidade de nódulos biotíticos (mineral de cor negra), de forma discoide e biconvexa, marcadamente alinhados. Apresenta, como minerais essenciais, quartzo, ortoclase, albite, biotite e moscovite. Como minerais acessórios zircão, apatite, rutílio, titanite-leucoesfena, clorite, fibrolite e silimanite. Por ação da erosão, os nódulos libertam-se e acumulam-se no solo, deixando no granito uma cavidade, cujas paredes estão revestidas por uma capa biotítica. É por isso que os habitantes da aldeia da Castanheira chamaram a esta rocha «Pedra Parideira», por ser «a pedra que pare pedra». Estes nódulos apresentam dimensões que variam entre 1 e 12 centímetros de diâmetro e, embora sejam constituídos, exteriormente, apenas por biotite, o núcleo é constituído por minerais de quartzo e feldspato. As datações mais recentes K-Ar (obtidas em moscovites e biotites dos nódulos) apontam para idades entre 320 e 310 milhões de anos. Chegou, portanto, a um geossítio de características únicas no mundo.
Para melhor compreender a origem e particularidades deste geossítio, bem como a dinâmica do Arouca Geopark, vale a pena visitar a Casa das Pedras Parideiras – Centro de Interpretação.


Pedras parideiras, Arouca


Aberta ao público, desde novembro de 2012, esta infraestrutura tem por objetivo contribuir para a conservação, compreensão e valorização deste importante património geológico, apoiando as visitas turísticas e educativas a este espaço. A Casa das Pedras Parideiras possui um espaço de receção/loja com produtos locais, um auditório (onde pode visualizar o filme 3D «Pedras Parideiras: um tesouro geológico»), uma mostra coberta (onde pode melhor observar as particularidades das «Pedras Parideiras») e, no exterior, uma mostra a céu aberto, a área mais exposta desta rocha. Funciona, diariamente, das 09:30 às 12:30 e das 14:00 às 17:00." (AGA)

Lola