PROCESSOS DE RECOLHA DE INFORMAÇÃO
(anual)
(anual)
O que vamos abordar?
1º Semestre
1º Semestre
AULA
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TEMAS
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1
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A
sociedade de informação e o turismo: desafios da sociedade de informação.
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2
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A
cientificação do turismo: o conhecimento do senso
comum versus conhecimento cientifico.
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3
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A
definição do tema de investigação: a revisão da literatura.
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4
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A
definição de objectivos de investigação.
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5
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Definição da pergunta e objetivos de
investigação: exercícios práticos.
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6
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A
pesquisa bibliográfica: seleção e leitura.
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7
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Como
se elabora uma grelha de leitura? Exercícios práticos.
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8
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O
plágio: conceito e situações de plágio.
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9
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Regras
de citação e referenciação bibliográfica: exercícios práticos.
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10
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Pesquisa
de informação científica: normas.
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11
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Pesquisa
de informação científica: exercícios práticos.
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12
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As
normas de referenciação bibliográfica segundo a APA.
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1- A sociedade de informação e o turismo: desafios da sociedade de informação.
Qual o Impacto da
sociedade da informação no turismo?
Os produtos turísticos inserem-se nas lógicas da Internet,
como meio de comunicação, definidos como perfeitos
por serem intangíveis e por não poderem ser
fisicamente demonstrados no ponto de venda (Buhalis:
1996 e Holloway: 1999).
A pesquisa por um produto turístico
através da Internet, bem como o local a visitar,
aumenta a possibilidade de satisfação do cliente pois,
por estar mais informado pela pesquisa que efectuou
anteriormente, minimiza o “efeito surpresa” que poderia
acontecer se não houvesse a hipótese de antes de viajar
se informar sobre o produto que posteriormente vai
consumir e o local que posteriormente vai visitar.
No entanto,
é necessário um cuidado extremo no que concerne
à edição de informação disposta nos websites das
Agências de Viagens ou dos Operadores Turísticos, pois
como o produto turístico é consumido no local, já depois
de ter sido pago, o cliente já não poderá pedir a devolução
do dinheiro que gastou nesse produto.
Neste sentido
é necessária uma informação clara, concisa e extremamente
explícita do produto que se oferece, com o prejuízo
de o cliente não perceber a informação ou até de
ser induzido em erro, e neste caso o cliente poderá não
voltar a querer produtos turísticos vendidos por
determinadas
empresas turísticas.
Neste sentido, “argumenta-
se que as tecnologias vieram influenciar os
próprios produtos oferecidos, já que a grande distinção
entre eles é feita através da forma como se apresentam
e como chegam aos clientes, legando para segundo
plano a sua natureza” (Bennett e Radburn: 1991 citados
por Inácio: 2002; 47).
As novas tecnologias de informação conseguem fazer
a ligação directa entre a procura e a oferta, seja através
de websites ou até mesmo através de e-mail. Neste
sentido, a Internet
aparece como “mediador” entre os
produtores e os consumidores, e neste caso, é uma
forma mais rápida e eficaz de comunicar tanto com o
cliente como com a empresa em questão
A Internet traz novas possibilidades tecnológicas, nomeadamente
ao nível da promoção de produtos turísticos,
bem como dos próprios produtos turísticos em si,
a nível global, ou seja, podemos encontrar diversos produtos
turísticos na Internet
não só de empresas nacionais
mas também de empresas internacionais, o que
nos remete mais uma vez para o conceito de “aldeia global”,
pois está tudo ao alcance do consumidor, a uma
curta distância.
Desta forma, o processo comunicacional
altera-se, pois conseguem-se abrir novos caminhos
para a promoção de produtos, porque a publicidade
passa a ser interactiva, o que permite a quem consulta
personalizar o seu produto ou a informação de que necessita
(Murphy et al: 1996).
2- A cientificação do Turismo: senso comum e conhecimento cientifico
Algumas diferenças entre o senso comum e a ciência
Do senso comum fazem parte conhecimentos vulgares mas
muito úteis na vida quotidiana (saber cozinhar, conhecer a cidade onde se vive,
saber que no Verão há mais calor que na Primavera, etc.).
Pode
também incluir superstições, isto é, crenças falsas ou
injustificadas (acreditar que o número 13 dá azar, acreditar que uma mulher
durante o período menstrual não deve fazer bolos pois estes não ficarão bons,
etc.).
Vejamos
algumas das características distintivas entre senso comum e ciência.
As
crenças que fazem parte do senso comum adquirem-se com base na experiência
quotidiana das pessoas, na chamada experiência de vida (que se distingue da
experiência científica por ser feita sem um planeamento rigoroso, sem método).
Nalguns casos trata-se de experiências pessoais, noutros casos são experiências
partilhadas pelos membros da comunidade – no decurso do processo de socialização.
Em suma, é um conhecimento que se adquire sem estudos, sem
investigações.
Por
exemplo: para aprender onde fica a padaria mais
próxima de casa ou para aprender a atar os sapatos não é preciso efectuar uma
investigação metódica, basta a experiência de vida.
Por
exemplo: De outra forma, como se poderia
descobrir a temperatura média de um planeta tão distante como Mercúrio? Como é
que a simples experiência de vida podia permitir a descoberta de que a luz do
Sol leva 8,33 minutos a chegar à Terra?
O
senso comum é assistemático, na medida em que constitui um conjunto
disperso e desorganizado de crenças (algumas constituem conhecimentos e outras
não), não implicando por parte dos seus detentores um esforço de organização.
Por isso, algumas das crenças podem ser contraditórias.
Por
exemplo: as mesmas pessoas podem acreditar que
“Quem espera desespera” e “Quem espera sempre alcança”.
Ciência
é um saber sistemático na medida em constitui um conjunto
organizado de conhecimentos, havendo da parte dos cientistas um esforço para
que as diversas teorias se articulem entre si e sejam coerentes.
Por
exemplo: Os historiadores ficariam preocupados se
descobrissem que, nas suas análises de um fenómeno do passado como a batalha de
Aljubarrota, havia afirmações sobre o relevo da zona incompatíveis com as
informações fornecidas pela Geografia.
O
senso comum é impreciso, na medida em que normalmente não se
exprime de modo rigoroso e quantificado.
A
ciência é um saber mais preciso que o senso comum. As diversas
ciências, naturais ou sociais, recorrem sempre que possível à Matemática, na
tentativa de apresentar resultados rigorosos. Mesmo nas investigações em que
não é possível quantificar (a observação psicológica de uma certa pessoa, por
exemplo) existe essa procura do rigor.
Por
exemplo: É de conhecimento geral que no Norte de
Portugal chove mais do que no Sul. O conhecimento científico desse fenómeno é
muito mais exacto: no mês de Janeiro de 2003 a precipitação em Faro situou-se
entre os 20 e os 40 mm, enquanto no mesmo período no Porto situou-se entre os
350 e os 400 mm (de acordo com o Instituto de Meteorologia).
O
senso comum é acrítico. Acrítico significa não reflectido, não
examinado. É compreensível que assim seja, pois trata-se de crenças cuja
aprendizagem é informal: aprende-se à medida que se vai vivendo e tendo
experiências, aprende-se vendo, ouvindo e imitando os outros. Muitas vezes essa
aprendizagem é inconsciente: as pessoas não têm noção de que estão a aprender,
mas vão interiorizando tradições, costumes, saberes práticos, etc. Tanto podem
aprender crenças verdadeiras como crenças falsas e injustificadas
(superstições).
Por
exemplo: Algumas crianças portuguesas, ao
observarem muitas vezes os pais e outros adultos deitarem lixo para o chão,
aprendem a fazer o mesmo e interiorizam a ideia de que esse comportamento é
correcto. Outras crianças portuguesas – talvez em menor número – ao observarem
muitas vezes os pais e outros adultos deitarem o lixo para o caixote aprendem a
fazer o mesmo e interiorizam a ideia de que esse comportamento é correcto. Na
maior parte dos casos, tanto umas como outras realizam essas aprendizagens sem
reflectir, sem discutir: limitam-se a imitar. Ou seja: aprendem acriticamente.
A ciência não pode ser acrítica como o
senso comum. Pelo contrário, implica uma atitude crítica por
parte dos cientistas. Ou seja: para fazer ciência é preciso reflectir, pensar
pela própria cabeça, e ter uma preocupação permanente com a fundamentação das
ideias. Os cientistas devem ter essa atitude crítica relativamente às suas
próprias ideias e relativamente às ideias dos outros.
Por exemplo: um cientista que queira publicar um artigo
científico numa revista tem de submetê-lo a um processo de avaliação que
costuma ser chamado “refereeing”: o artigo tem de ser lido primeiro por
especialistas da área; o nome destes não é divulgado e estes também não sabem
quem é o autor do artigo, para que a crítica possa ser mais livre e imparcial.
In Duvida Metódica
Para uma nova Ciência do Turismo
A ciência é uma forma de saber que é
difundida como a mais importante para a vida das sociedades modernas. É
considerada como um conjunto de conhecimentos imprescindíveis pertencente a
toda a humanidade, sem o qual não teremos acesso às novas tecnologias e,
portanto, ao desenvolvimento econômico necessário para o bem estar, à qualidade
de vida e uma forma de organização social e política civilizada.
Bem, pelo menos este é o discurso
oficial sobre o significado do termo “ciência”. O uso que fazemos da palavra
“ciência” esconde que no passado o termo de origem na língua latina –
“Scientia“ – era utilizado para designar o conhecimento de um modo geral, não
especializado e sem um método único. Muitas formas de conhecimento eram
chamadas de ciência. Ao estudarmos os usos da palavra ciência nos últimos
séculos na Europa e nos países colonizados pelos europeus podemos constatar uma
disputa entre os estudiosos, uma verdadeira luta política, para se decidir
quais os significados aceitáveis para a “ciência” e quais as atividades que
podem ser consideradas como científicas.
Escrevo sobre esta luta política sobre a
definição da noção de ciência por dois motivos: primeiro, porque inúmeros
cientistas e filósofos europeus como Lineu, Blumenbach, Voltaire, Hume, Kant,
Hegel, Comte, Durkheim, etc.- a lista é muito extensa – utilizaram a definição
que criaram de ciência para se referirem aos povos não-europeus, como raças
inferiores incapazes intelectualmente, já que estes não teriam criado a mesma
forma de conhecimento primeiramente filosófico e depois científico; em segundo
lugar, porque a definição de ciência baseada nos paradigmas das ciências
naturais que acabou prevalecendo até o presente no ocidente moderno nega que
outras formas de conhecimentos sejam dotadas de racionalidade, como os saberes
populares, cosmologias, artes, e até mesmo as religiões ocidentais, o direito,
a história e a filosofia.
O professor Walter Mignolo (2004, pág.
670) avalia que “o conceito moderno de conhecimento e de ciência foi concebido
e usado para descartar conhecimentos e formas de saber” como as cosmologias dos
povos africanos e indígenas das américas, as religiões e os saberes
islâmico-árabes ou os confucionistas-chineses”, por exemplo. “As consequências
práticas das realizações científicas e a ideologia que as acompanha são hoje
visíveis por todo o lado desde o extermínio da natureza até à marginalização e
extermínio de seres humanos”, completa Mignolo (2004, pág. 677).
Mesmo que algumas vozes do pensamento
europeu como os polêmicos Heidegger e Wittgenstein, ou os teóricos da chamada
Escola de Frankfurt e, no final do século XX, o pensamento pós-colonial de
Frantz Fanon, Amilcar Cabral, Edward Said, Anibal Quijano e Enrique Dussel, se
oponham à concepção restritiva de ciência, no ocidente acabou prevalecendo
nesta disputa um conjunto de significados que provocaram e ainda provocam
muitos problemas para a produção de conhecimento e para a vida em sociedade.
O conceito de “ciência” permanece
capturado por estudiosos que infundiram uma concepção que restringe e limita a
atividade de pensar e estudar, pois se tornou burocrática, disciplinada e
excessivamente especializada em alguns casos. A ciência ainda contribui para a
corrupção das formas de convivência entre os humanos, já que possibilita a dominação
política, as guerras tecnológicas, e a exploração econômica das classes
dominadas através das tecnologias que gera e que são dominadas pelas empresas e
Estados capitalistas mais ricos. Devemos recordar, ainda, o uso predatório do
meio ambiente transformado em manancial de recursos naturais para as grandes
empresas. É necessário, portanto, uma crítica severa à concepção dominante de
ciência, para libertarmos o conhecimento das limitações que foram introduzidas
pelos filósofos e cientistas modernos desde Descartes e Bacon.
A sociologia da ciência de Pierre
Bourdieu
No último curso que lecionou como
professor do Collège de France, no ano letivo de 2000-2001, portanto, pouco
antes de se aposentar e falecer em janeiro de 2002, Pierre Bourdieu se dedicou
a uma sistematização de uma vertente importante de sua obra que é a sociologia
da ciência. No prólogo de seu curso Bourdieu argumenta que escolheu como tema a
sociologia da ciência por considerar que a autonomia científica, que se realiza
com a independência dos cientistas em relação aos poderes estabelecidos,
políticos, econômicos e religiosos, estava sendo ameaçada.
Para Bourdieu, os cientistas
infelizmente não formam uma comunidade de pensadores voltados para a busca do
bem e da verdade, mas formam aquilo que denominou como um “campo científico”,
no qual a competição mais mesquinha por prestígio e recursos orienta a relação
conflituosa entre os pesquisadores. “Todos conhecem a verdade das práticas
científicas, e todos continuam a fingir não saber e a acreditar que isso se
passa de outro modo. (BOURDIEU, 2004, pág. 108).
Para realizar o seu trabalho de
investigação o cientista não pode ignorar esta realidade que o condiciona e
constrange. Mas seria um erro grosseiro tanto pensarmos que os cientistas
formam uma comunidade encantada de sacerdotes do saber, quanto imaginá-los como
uma matilha de arrivistas cínicos e interesseiros, preocupados apenas com
prestígio e poder político. Como afirma Bourdieu, “a ciência é dependente de
toda uma tecnologia de investigação. A ciência tem uma história cumulativa,
recursos acumulados, metodologias, instrumentos, bibliotecas, laboratórios”
(BOURDIEU, 2004, pág. 100), aos quais os cientistas deverão ter acesso para a
realização de sua vocação de pesquisadores. Então, como avalia Bourdieu, “o
sujeito da ciência não é o cientista singular, mas o campo científico”, a
partir das relações de concorrência, comunicação, baseadas na argumentação e na
verificação. “Os cientistas nunca são os “gênios singulares” de quem se faz a
história hagiográfica…, mas sujeitos coletivos… que trabalham no seio de grupos
coletivos com instrumentos que pertencem à história coletiva…” (BOURDIEU, 2004,
pág. 99). Não podemos, então, entender os cientistas, como vivem e suas obras,
se os considerarmos como seres isolados que fazem descobertas geniais, já que
todos nós dependemos das teorias e experiências científicas que nos foram
transmitidas pelos cientistas do passado, dependemos de condições de vida,
educacionais e culturais, enfim, das universidades, laboratórios, editoras e
meios de comunicação que existem na nossa sociedade.
Uma consequência desta argumentação é
que o conhecimento científico é gerado pela relação de diálogo e muitas vezes
de conflito entre os pesquisadores, ainda mais porque deverão ser os membros da
comunidade científica que deverão reconhecer como válida e importante uma
descoberta científica. Quando um cientista critica o trabalho de outro ele está
colaborando para o seu aprimoramento e para a validação do trabalho.
Um outro aspecto muito importante é o
grau de internacionalização que chegou a ciência, uma vez que “o campo
científico é internacional. Não se fecha nas fronteiras nacionais”, de modo a
que não podemos ignorar a existência de pesquisas nas universidades,
laboratórios e empresas de outras partes do mundo, para não sermos condenados a
realizar pesquisas que em outros lugares já trouxeram resultados muitas vezes
desastrosos.
Esta interpretação sociológica da
ciência proposta por Bourdieu evidencia o porque de não ocorrer em nossa
sociedade uma distribuição igualitária das oportunidades para a formação de
novos cientistas, de realização de pesquisas e de acesso às informações sobre
os conhecimentos produzidos pelas pesquisas científicas, uma vez que os
próprios cientistas buscam o privilégio advindo do monopólio sobre o saber
científico, o que faz com que a maioria dos membros da sociedade brasileira e
dos povos espalhados pelo mundo não tenham acesso à produção e ao consumo dessa
modalidade conhecimento.
Superar a concepção moderna de ciência
O filósofo Charles Taylor (2000) é um
outro autor que podemos recorrer em uma discussão sobre as limitações da
concepção moderna de ciência. Ele sintetizou suas críticas em três idéias. A
primeira crítica é à idéia de que o cientista deva ser um sujeito dotado de um
pensamento autônomo que realiza sua atividade de investigação de forma
independente em relação à comunidade ou sociedade em que vive.
Em segundo lugar, Taylor também critica
a idéia ilusória de que o cientista deva ser um indivíduo totalmente racional,
que estuda os mundos natural e social de forma instrumentalizadora, “como
senhores e proprietários da natureza” na expressão célebre de Descartes, ou
seja, tomando os seres humanos e a natureza como objetos passivos para a
experimentação científica.
Por último, Taylor ainda critica a idéia
de que não deva existir nenhum entrave aos propósitos individuais do sujeito do
conhecimento, o cientista como indivíduo empreendedor, que realiza
egoísticamente o cálculo dos meios que deseja utilizar para alcançar os seus
fins.
O problema que nos cabe discutir neste
artigo é que os filósofos e cientistas modernos conseguiram difundir no mundo
todo a idéia de que ciência é um conhecimento produzido por um sujeito
individual racionalista, neutro, sem valores ou sentimentos, dotado de uma
mente separada do corpo e desconectada dos mundos natural e social em que vive.
Uma nova ciência
Como afirmou Marcuse, “o método
científico que levou à dominação cada vez mais eficaz da natureza passou assim
a fornecer tanto os conceitos puros, como os instrumentos para a dominação cada
vez mais eficaz do homem pelo homem através da dominação da natureza” (citado
por HABERMAS, 1975, pág. 305.) O cientista de um modo geral já foi transformado
em um trabalhador controlado administrativamente e de forma autoritária dentro
das empresas e universidades, para trabalhar na produção de conhecimentos que
não lhe pertencem, nem à sua comunidade, e dos quais ele não controlará o uso,
transformado em tecnociência que pode ser usada tanto para a produção de um
medicamento como de uma nova forma de matar as pessoas.
Para homenagear os 70 anos de seu amigo
Herbert Marcuse, o filósofo Jürgen Habermas apresenta algumas possíveis
soluções para os limites e os problemas gerados pelo conhecimento científico na
modernidade propondo “uma nova ciência alternativa” que
“em vez de tratar a natureza como objeto
passivo de uma possível manipulação técnica, podemos dirigir-nos a ela como a
um parceiro numa possível interação. Em vez da natureza explorada podemos ir em
busca da natureza fraterna. Ao nível de uma intersubjetividade ainda
incompleta, podemos atribuir a subjetividade aos animais, às plantas e até
mesmo às pedras e comunicar-nos com a natureza, em vez de nos limitarmos a
trabalhá-la, quebrando a comunicação. E a idéia de que uma subjetividade da
natureza ainda agrilhoada não possa emergir antes de que a comunicação entre os
homens se torne livre, essa idéia – e isso é o mínimo que dela se pode dizer –
continua a ter uma força de atração toda especial. Só se os homens pudessem se
comunicar sem coação e se cada homem pudesse reconhecer-se no outro, só então a
espécie humana poderia eventualmente reconhecer a natureza como um outro
sujeito – não a natureza como um seu outro, como pretendia o idealismo, mas a
si mesma como sendo o outro desse sujeito. (HABERMAS, 1975, pág. 308).
Para nos contrapormos à concepção
dominante de ciência devemos considerar que não é possível ser um agente
humano, sem outros seres humanos com os quais construímos nossas identidades
individuais e coletivas e nossas formas práticas de vida. O ser humano é um ser
social e histórico dotado de cultura, que depende das relações sociais que
estabelece com outros seres humanos para construir sua existência corpórea e
sua identidade. Também é evidente que somos parte da natureza. Para vivermos
individualmente temos que viver em sociedade e no meio natural, e por isso o
conhecimento não pode ignorar estes vínculos, como se pudéssemos como
cientistas, tratar o mundo natural e os outros seres humanos como objetos que
nos sirvam como instrumentos e vítimas de nossas descobertas científicas e
invenções tecnológicas. Temos que pensar em uma forma de ciência alternativa
que nos ajude a restabelecer nossos vínculos comunitários e com o meio natural
como agentes humanos e não como sujeitos isolados do mundo com objetivos
egoístas.
Se opor a produção de conhecimento
“científico” voltado para servir à lógica da competição de mercado entre as
empresas e tornar prevalecente uma nova concepção de ciência: estes são os
grandes desafios reservados para os cientistas na atualidade.
Referências
BOURDIEU, Pierre. Para uma sociologia da ciência. Lisboa, Edições 70, 2004.
HABERMAS, Jürgen. Técnica e ciência como
“ideologia”. In: BENJAMIN, W. HORKHEIMER, M. ADORNO, T. HABERMAS,, J. Textos
Escolhidos. Coleção Os Pensadores. São Paulo, Editora Abril Cultural, 1975.
MIGNOLO, Walter. “Os esplendores e as
misérias da “ciência”: colonialidade, geopolítica do conhecimento e
pluri-versalidade epistêmica”. In: SANTOS, Boaventura de Sousa (org).
Conhecimento prudente para uma vida decente: um discurso sobre as ciências
revisitado. São Paulo, Cortez, 2004.
MUNANGA, Kabengele. Rediscutindo a
mestiçagem no Brasil. Petrópolis, Vozes, 1999.
SAID, Edward W. Cultura e imperialismo.
São Paulo, Companhia das Letras, 1995.
SANTOS, Boaventura de Sousa. “Para uma
sociologia das ausências e uma sociologia das emergências”. In: SANTOS,
Boaventura de Sousa (org). Conhecimento prudente para uma vida decente: um
discurso sobre as ciências revisitado. São Paulo, Cortez, 2004.
TAYLOR, Charles. “Superar a
epistemologia”. In; TAYLOR, C. Argumentos filosóficos. São Paulo, Edições
Loyola, 2000.
Walter Praxedes
3- A definição do tema de investigação: a revisão da literatura.
DEFINIÇÂO DO TEMA DE
INVESTIGAÇÃO
Apresentação
em tema: "Definição do tema é o assunto que se quer desenvolver"—
Transcrição da apresentação:
1 Definição do tema é o assunto que se quer desenvolver
surge da curiosidade, dos desafios encontrados na literatura, das dificuldades
práticas enfrentadas pelo pesquisadorpode ser encomendado
(financiamento)critérios de escolhainteresse, preparo técnico e
disponibilidaderelevânciaexistência de fontes (revisão da literatura)
2 Definição do tema Para a seleção do tema Para a compreensão do
tema
Que conhecimento ou experiências possuo do tema?Que documentação necessito?
Posso obtê-la com facilidade?Existem técnicas adequadas?Que possíveis enfoques
quero tratar?Para a compreensão do temaLevantar conjeturas sobre os possíveis
enfoquesDelimitar o tema, fugindo das grandes formulações e dos grandes temas
3 Contextualização e problematização
Contextualizar significa abordar o tema de forma a identificar a situação ou o
contexto no qual o tema está sendo abordadoProblematizar quer dizer introduzir
o leitor no tema, onde se encontra o problema, de forma a permitir-lhe uma
visualização situacional do problemaNa problematização, são abordados os
aspectos mais significativos e as grandes questões que giram em torno do tema,
com a finalidade de apresentar o problema de pesquisa
4 O problema de
pesquisa definição: recomendações
é uma questão não respondida sobre determinado assunto e que pode ser
pesquisada com a utilização de métodos científicosé uma questão em que
determinada situação necessita de investigação, discussão ou
soluçãorecomendaçõeso problema deve ser formulado na forma de perguntadeve ter
uma dimensão viávela pergunta deve ser redigida de forma clara (os termos devem
estar explícitos)
5 A construção da hipótese (I)
Hipóteses são a antecipação da resposta ao problema. São opiniões iniciais
(hipotéticas) a respeito de um assunto.Devem manter estreita relação com o
problemaA investigação é realizada de modo que se possa confirmar a hipótese ou
nãoQuando formulada, a hipótese não pode ser confundida com evidência prévia
6 A construção da hipótese (II)
Cuidados:Deve ser clara – os conceitos devem estar definidosDeve ser específica
– não podem envolver conceitos amplosDeve ter referências empíricas – não podem
envolver julgamentos de valorDeve estar relacionada com as técnicas de coleta
de dados disponíveisDeve ter relação com o referencial teórico
7 VariáveisQuando uma coisa pode ser classificada em duas ou mais
categorias, pode ser uma variável.Pode ser considerada um aspecto, um fator,
uma classificação ou medida; uma quantidade que varia; conceito (substantivo
que representa uma classe de objetos - processo, agente, fenômeno etc.) que
apresenta valores;É passível de ser verificada, medida
8 ObjetivosÉ o que se pretende conseguir com a pesquisa. Indicam uma
ação (verbos no infinitivo) que se quer realizar.O objetivo geral é a espinha
dorsal de um projeto de pesquisa. Está ligado a uma visão global do tema. Se
alcançado, dá resposta ao problema.Deve ser desdobrado em objetivos
específicos, por meio dos quais o objetivo geral é alcançado.Os objetivos
específicos devem ser realizados diretamente para que, indiretamente, se
resolva a proposta contida no objetivo geral.
9 Estágios do conhecimento
Citar, apontar, conhecer, definir, identificar,
reconhecer.CompreensãoCompreender, deduzir, determinar, diferenciar, discutir,
interpretar.AplicaçãoDesenvolver, empregar, estruturar, organizar, selecionar,
traçar.AnáliseAnalisar, comparar, debater, discriminar, examinar.SínteseCompor,
construir, especificar, formular, sintetizar, reunirAvaliaçãoArgumentar,
avaliar, contrastar, estimar, julgar.
10 Justificativa É o item que responde à questão por quê?
Consiste numa exposição sucinta das razões e motivos que tornam importante a
realização da pesquisa.
Deve
enfatizar:
As
contribuições teóricas que a pesquisa pode trazer
A
relevância do tema de forma geral e para casos particulares em questão
A revisão da literatura
O que é?
Um dos métodos de pesquisa mais aplicados pela
comunidade académica, a Revisão Sistemática da Literatura.
Qual o
objectivo?
Resumir toda a informação existente
sobre um fenómeno de maneira imparcial e completa.
O que distingue este método do
processo não sistemático?
Em contraste com o processo não
sistemático, a revisão sistemática é feita de maneira formal e meticulosa. Isso
significa que devemos seguir o plano definido no protocolo da revisão que,
dentre outras coisas, estabelece uma sequência bem definida de passos.
Que vantagens?
Uma das vantagens da revisão sistemática da
literatura é permitir que outros pesquisadores façam futuras actualizações da
revisão, caso sigam o mesmo conjunto de passos estabelecidos no protocolo.
Quais as etapas do método?
Podemos resumir os estágios de uma revisão da
literatura em três fases:
A - Planear a Revisão,
B - Conduzir a Revisão e
C- Escrever a Revisão.
A - Planeando a Revisão da literatura
A fase de
planeamento deve ser executada com bastante atenção, pois qualquer erro que aconteça terá impacto nas outras
fases e sua revisão poderá ser totalmente comprometida. A principal saída
dessa fase é o protocolo da revisão.
Para
realizar o planeamento você deverá seguir os seguintes passos:
1.
Identificar a necessidade da revisão da literatura.
Para isso você tem que refletir e tentar responder as seguintes questões:
o A área de
pesquisa é madura o suficiente, com bastante estudos publicados?
o Já existe
alguma revisão recente sobre o mesmo tema?
2.
Definir as questões de pesquisa que você pretende
responder com a revisão.
o
Parte critica da revisão, essas questões são usadas
para construir as strings (palavras-chave) para buscar os
artigos nas bases bibliográficas.
o
Elas determinam quais informações
serão extraídas dos artigos que serão analisados, os quais chamamos
de estudos primários.
o Uma vez
definidas na fase de planejamento, essas questões não poderão ser
alteradas nas fases seguintes.
o Recomendamos
que um especialista no tema da revisão revise as questões ainda na
fase de construção do protocolo.
o Revisões
da literatura feitas anteriormente na mesma área, ou em áreas semelhantes,
poderão ajudar na definição dessas questões.
3.
Criar o protocolo da revisão
o Nesse
protocolo todo o passo a passo para fazer a revisão é definido. Os passos devem
ser bem definidos e seguidos a risca para reduzir a possibilidade de
erros na execução da revisão.
o Todos os
autores da revisão devem participar da elaboração do protocolo.
o É
importante simular a execução do protocolo, o que ajudará a encontrar
possíveis erros em cada um dos passos. Durante a simulação, as questões de
pesquisa ainda podem ser alteradas.
4.
Validar o protocolo
o Passo
fundamental que deve ser feito com o auxilio do orientador ou
especialista da área.
o Essa
etapa é muito importante, uma vez que esse protocolo irá determinar como toda a
pesquisa será conduzida.
o
IMPORTANTE: Você
só deverá seguir para a fase seguinte quando tiver certeza de que seu
protocolo está pronto. Repita os passos do planeamento quantas vezes for
necessário para ter essa certeza. Lembre que qualquer erro no planeamento
poderá comprometer toda a sua pesquisa.
o
B - Conduzindo a Revisão da literatura
A
condução da revisão deve seguir rigorosamente o protocolo que
foi elaborado. Veja a seguir as etapas da condução da revisão.
Buscar os
estudos primários
· Existem
três estratégias e busca de estudos primários, são elas:
o Busca
Manual: quando visitamos os sites e/ou anais de conferências e periódicos
em busca dos artigos sobre o tópico pesquisado.
o
Busca Automática: quando visitamos bibliotecas
digitais para buscar artigos de acordo com uma determinada palavra-chave ou
conjunto delas, as quais chamamos de strings de busca. Exemplo
de bibliotecas digitais: Google Scholar, Citeseer Library, Scopus, Science
Direct, PubMed, Scielo, Portal de Periódicos CAPES, BVS, etc.
o
Snow-Balling: quando
analisamos a lista de referências dos artigos em busca de novos estudos.
· As
estratégias de busca podem ser utilizadas individualmente ou combinadas. Para
assegurar a completude da sua revisão, aconselhamos que você combine as três
estratégias e utilize mais de uma biblioteca digital.
· IMPORTANTE: o mecanismo de
busca de cada biblioteca digital funciona de uma maneira específica. Dessa
forma, você deverá elabora suas strings de busca de
acordo com cada uma das bibliotecas.
Selecionar os
estudos primários:
· Nessa
etapa você deverá selecionar quais estudos serão considerados na
sua revisão. Isto é, quais serão analisados.
· Dependendo
do volume de estudos capturados no passo anterior, olhamos para o título e
abstract desses estudos com o objetivo de eliminar os estudos irrelevantes. É
comum em algumas áreas de pesquisa que o abstract (ou resumo) tenha pouca ou
informação de baixa qualidade. Nesses casos, faz-se necessário a leitura da
introdução e conclusão.
· Depois
desse primeiro filtro, o texto completo de cada artigo deverá
ser considerado. Para isso aplicamos critérios de inclusão e exclusão
definidos no protocolo para obter a lista final de estudos primários que serão
considerados na revisão.
Avaliar a
qualidade dos estudos primários
· É
importante a avaliação da qualidade dos estudos primários para dar
suporte ao processo de inclusão/exclusão e atribuição de pesos a estudos
específicos para que sejam considerados na fase de síntese dos dados.
· Não
existe uma definição universal a respeito do que é um estudo de qualidade, mas
a literatura sugere que esses estudos apresentam pouco ou nenhum viés, e as
validades internas e externas são maximizadas.
· A
avaliação da qualidade é muito utilizada em revisões na área de saúde.
Extrair
as informações dos estudos primários
· Devemos
identificar e capturar as informações de cada estudo primário. Para
isso a abordagem a ser utilizada é responder cada uma das questões de
pesquisa com as informações contidas nesses estudos.
· Para
diminuir o viés da sua revisão, um formulário de extração de dados deve
ser definido e avaliado ainda na fase de revisão do protocolo.
· Uma
abordagem interessante para quando temos uma quantidade grande de estudos
primários é ter um pesquisador para a extração de dados e outro para
verificar os dados que já foram extraídos.
Realizar
a síntese das informações
· Uma vez
que os dados foram extraídos, devem ser sintetizados de uma maneira que
responda as questões de pesquisa.
· Existem
várias técnicas para a realização dessa síntese, como por exemplo: síntese
narrativa (narrative synthesis), meta-etnografia (meta-ethnography), Teoria
fundamentada (grounded theory), análise/síntese temática (thematic
analysis/synthesis), etc.
C - Escrevendo a Revisão sistemática da
literatura
Uma vez
respondidas as questões, a revisão da literatura deve ser agora documentada.
Isto é, você irá escrever um documento sobre a sua revisão, que poderá ser um
artigo, capítulo do seu TCC, etc. Nesse contexto surge a pergunta: como
vou saber o que devo escrever e quais as seções e subseções devo considerar?
Mostramos
a seguir quais são as principais seções e subseções de uma Revisão
da Literatura:
1.
Introdução
2.
Trabalhos relacionados
3.
Planejando a revisão
o Identificação
do tema que será pesquisado
o Especificando
as questões de pesquisa
o Construção
e desenvolvimento do protocolo
o Avaliação
do protocolo
4.
Conduzindo a revisão
o Identificação
da pesquisa
o Seleção
dos estudos primários
o Avaliação
dos estudos.
o Extração
de dados e monitoramento.
o Síntese
de dados
5.
Reportando a revisão
o Explicando
como os resultados serão mostrados
o Classificando
os dados
o Escrevendo
os resultados e sua interpretação
o Avaliando
os resultados
6.
Ameaças a validade do estudo
7.
Conclusão
8.
Referências
9.
Apêndices
Conclusão
4 - A definição de objectivos de investigação.
OBJETIVOS DA PESQUISA CIENTÍFICA
Os
objetivos da pesquisa científica representam, além das intenções propostas pelo
pesquisador, possibilidades de obtenção de resultados mediante o trabalho
realizado.
O
vocábulo “objetivo”, tomado em seu sentido genérico, denota pretensão,
intencionalidade – finalidades sempre propostas quando se deseja buscar,
descobrir e realizar qualquer ação.
No
sentido de delimitá-lo, sobretudo remetendo ao universo da pesquisa científica,
dá-se a entender que desde o momento em que o pesquisador se propõe a
realizá-la, ele tem objetivos definidos. Nesse sentido, torna-se imprescindível
compreender que todas as ações de um projeto de pesquisa mantêm entre si uma
estreita ligação, ou seja, em outras palavras, é o mesmo que dizer que uma é
continuação da outra. Explicitando melhor, temos que um dos momentos primeiros
é a escolha do tema. Dessa forma, suponhamos que você decida pesquisar acerca
de algum assunto, por exemplo:
UM
EXEMPLO:
Tema: Evasão
escolar.
Partindo
dessa temática, você terá de elaborar um questionamento, o qual funcionará como
uma mola propulsora que o (a) conduzirá a fazer descobertas acerca de tal
assunto. Assim, partirá para a formulação do problema, resultando em algo
semelhante a:
Problema:
Quais os motivos da evasão escolar no colégio ESTRELINHA?
Partindo
da situação-problema ora instaurada, chega o momento de demarcar os objetivos a
serem alcançados mediante essa busca.
Como delimitar os objectivos?
·
ser claro e objetivo em tudo que faz,
sendo que esta clareza tem tudo a ver com a linguagem a ser utilizada.
·
norteados pela precisão, objetividade e
clareza, elementos indispensáveis, os objetivos serão demarcados em gerais e específicos.
·
Os gerais, analisados em seu sentido
literal, apresentam-se como fruto de uma visão mais abrangente do tema a ser
pesquisado.
· os específicos, como o próprio nome diz, resultam de
uma concepção mais detalhada, pormenorizada, que se tem do fato em questão, caracterizando-se
como mais restritos e concretos, pelo fato de se relacionarem de maneira direta
com a essência do tema, particularizando situações.
Ambos,
do ponto de vista técnico, deverão ser expressos por meio de verbos no infinitivo, tais como: analisar, descrever,
relatar, propor, entre outros. Partindo dessa premissa e, sobretudo, tendo em
vista que os objetivos não devem representar somente as intenções do
pesquisador, mas também a possibilidade de se obter metas, resultados e
finalidades que a pesquisa deseja atingir, constatemos abaixo uma listagem de
verbos que se adéquam à delimitação desses:
5 - Definição da pergunta e objetivos de investigação: exercícios práticos.
6 - A pesquisa bibliográfica: seleção e leitura.
A pesquisa bibliográfica é então feita com o intuito de levantar um conhecimento disponível sobre teorias, a fim de analisar, produzir ou explicar um objeto sendo investigado. A pesquisa bibliográfica visa então analisar as principais teorias de um tema, e pode ser realizada com diferentes finalidades. (CHIARA, KAIMEN, et al., 2008).
Porque elaborar fichas ou grelhas de
leitura?
Elaborar fichas de
leitura é uma das atividades básicas da pesquisa científica - temos que dar
conta, em primeira instância, do estado da discussão na qual nosso problema se
encontra.
Se o tema se situe na
intersecção de diferentes áreas. Nesse caso, isso demandará um esforço maior de
nossa parte para estabelecer os vínculos.
De todo o modo, a
diversidade dos temas, das investigações, não escapa da tarefa mais básica:
pesquisar. E pesquisar, aqui, significa o exercício de cavoucar, de peneirar a
terra para tentar encontrar “pepitas de ouro”. Isso demanda tempo, muita
pesquisa em base de dados (bibliotecas, sites, periódicos, etc.), seleção de
dados, cruzamento de informações, leituras dinâmicas até chegar nos materiais
que valem a pena ser fichados para, posteriormente, ser utilizados na
investigação
Como fazer uma grelha de leitura?
O que é precisa
constar da grelha? Quais são os itens imprescindíveis?
Segundo alguns
autores não há uma regra única para a elaboração de uma ficha de leitura.
Agora, o que é
importante é que uma ficha de leitura tenha itens que possam ajudar a reunir
sinteticamente todas as informações que se precisa para realizar sua pesquisa,
sem que tenha que retornar voltar todas as vezes às obras consultadas Isto é,
as informações precisam ser sólidas e verificadas para evitar uma compreensão ambígua
da obra consultada.
- Conferir as
informações que você coloca na grelha e garantir que foram colocadas de maneira
precisa, tanto em termos de descrição correta, em casos de citação, quanto de
compreensão correta.
- Confira diversas
vezes se o que você está descrevendo confere com o que o texto está
asseverando.
- Conferir as páginas
da citação transcritas, se a pontuação está correta.
Quais os itens de uma grelha de leitura?
Em
primeiro lugar, a referência correta da obra
consultada, de acordo com as normas
Em
segundo lugar, é importante que a grelha sempre
tenha informações sobre o autor da obra - é importante conhecer brevemente a pessoa que
escreveu ou produziu o material, o contexto (social, econômico, político,
cultural, religioso, ideológico, epistemológico, etc.) do qual ela fala ou
escreve, bem como o contexto da produção do texto. Estas informações não estão
necessariamente no material estudado. Elas requerem uma pequena pesquisa
complementar.
Em
terceiro lugar, é importante apresentar a estrutura
da obra consultada, sobretudo, se se trata de um capítulo de um livro, ou da
obra integral - a divisão de tópicos que
já estão no texto, quando uma descrição breve da linha de raciocínio contida no
texto, na forma de tópicos, para auxiliar a memória visual e a recuperar
rapidamente, em caso de revisitação
Em
quarto lugar está a síntese em si – traduzir as
ideias do texto com suas “próprias palavras”, apresentando oportunamente
citações diretas para justificar o que é afirmado - é importante você
apresentar as ideias, os argumentos, os conceitos que utilizandos pelo autor,
explicando a linha de raciocínio de seu pensamento.
Em
quinto lugar, é interessante que as citações mais emblemáticas
estejam reunidas num bloco à parte, para que se possa utilizar quando estiver
construindo o seu próprio texto.
Em sexto lugar,
está a avaliação crítica. Avaliar criticamente significa uma avaliação pessoal
argumentada
Alguns aspectos para elaborar uma ficha
de leitura
1) Realize uma
primeira leitura do texto, sinalizando blocos-chave.
2) Reveja o texto
considerando as seguintes questões: Qual é o assunto do texto? Qual é a
problemática apresentada pelo texto? Quais são as hipóteses que o texto indica?
Qual é o método de análise? Quais são os referenciais teóricos indicados no
texto? O que a pessoa autora está afirmando? Contra o que ela está
argumentando? Qual é a posição da pessoa autora sobre o tema?
3) Observe, durante a
leitura, a construção dos parágrafos. Normalmente, um bom parágrafo de texto
dissertativo possui a seguinte estrutura:
- Frase de
apresentação do tema, da ideia a ser desenvolvida;
- Geralmente, um
parágrafo apresenta uma palavra-chave central, relacionada à ideia a ser
desenvolvida nele.
- Argumento que oriente
e justifique o tema ou indicação do desdobramento.
- Frases de
explicação do tema ou que corroborem cada desdobramento indicado. - Síntese ou conclusão do texto e costura para o
próximo parágrafo.
- Em síntese: todo o bom
parágrafo apresenta uma introdução (ideia central), um desenvolvimento (ideias
secundárias que corroboram, complementam, endossem a ideia central) e uma
conclusão (geralmente, reafirmação da ideia central).
4) O tema de um ou
mais parágrafos pode estar inter-relacionado; isto é, a ideia central pode
continuar sendo desenvolvido no parágrafo subsequente, apresentando,
entretanto, a mesma estrutura.
8- Plágio: definição, tipos e situações
O plágio acontece quando alguém copia um conteúdo produzido por
outra pessoa sem apresentar a fonte original, isto é, assumindo que a autoria
da obra é sua.
Plágio é um
tipo de violação de direito autoral e pode acontecer com a reprodução de vários
tipos de conteúdos, como trabalhos acadêmicos, livros, músicas e imagens.
O plágio é
uma imitação fraudulenta e é considerado crime em Portugal. Aquele que assumir
autoria de produções de outra pessoa, deve responder judicialmente e está
sujeito a punições.
Tipos de plágio
Integral: acontece
quando a obra é copiada na sua totalidade e a fonte não é apresentada;
Parcial: o plágio
parcial consiste na utilização de trechos de diversas obras para a criação de
novo trabalho;
Conceptual: o plágio
conceitual acontece quando uma ideia é reescrita com outras palavras sem
apresentação da autoria original.
O plágio musical acontece quando uma
música ou o trecho de uma música são copiados por um artista ou banda. Quando o
plágio é comprovado em ação judicial, a parte que copiou tem que pagar uma
indenização ao autor original.
Quando se comete plágio?
- Se apresenta um trabalho de outrem, alterando a ordem ou alguns termos, como se fosse um trabalho próprio;
- Se compra ou utiliza um texto escrito por outrem e se apresenta como se fosse original;
- Se faz copiar/colar a textos de um livro, artigo ou da web, introduzindo-os no trabalho próprio, sem citar e identificar a fonte de informação.
- Se utilizam ideias de outrém sem citar de quem
- Se parafraseiam as palavras de um autor sem o mencionar
- Se usam as palavras, ideias e trabalho de outros dando a impressão de que são seus.
Como se detecta o plágio?
- Utilização de diferentes estilos de referenciação
- Falta de citações ao longo do trabalho
- Formatação invulgar
- Diferentes estilos de escrita no mesmo trabalho
- Apresentação de fontes de informação completamente desatualizadas
- Semelhança com outro trabalho já ”corrigido”
- Recurso a sites “conhecidos”, que disponibilizam trabalhos temáticos
Como evitar o plágio?
- A investigação encarada como processo/aprendizagem
- Ter um plano de trabalho
- Avaliar as fontes de informação utilizadas
- Escolher informação atualizada
- Definir qual a norma bibliográfica a usar para as citações e referências
- Construir a bibliografia a partir das diversas fontes de informação usadas, desde o inicio da investigação
Tirado DAQUI
9 - Regras de citação e referenciação bibliográfica: exercícios práticos.
Quais os elementos básicos de uma
referência bibliográfica?
Os elementos básicos numa referência bibliográfica
são normalmente os mesmos, para todos os tipos de documentação e para todos os
estilos de citação, embora a ordem pela qual são apresentados possa variar
conforme o estilo adoptado. Estes elementos incluem:
- nome do autor,
- data da
publicação,
- título,
- nº da edição,
- editora,
- local da publicação,
- volume,
- páginas da obra ou páginas relativas à
publicação referenciada.
Exemplos de citações
LIVRO: Último nome do autor, Primeira inicial. (Ano da
publicação). Título do livro. Informação adicional. Nº da edição, Editora.
Cidade da publicação.
ARTIGO EM REVISTA PERIÓDICA: Último nome do autor, Primeira
inicial. (Ano da publicação). Título do artigo. Título do Periódico, Volume: 1ª
página-última página.
ARTIGO EM LIVRO DE ACTAS DE UM CONGRESSO (PROCEEDINGS):
Último nome do autor, Primeira inicial. (Ano da publicação). Título do artigo.
Em: Título do Livro de Actas ou Proceedings. Local e data da Conferência,
Organização que publica o Livro de Actas, Local da Publicação. 1ª página-última
página.
ARTIGO PUBLICADO NUMA COLECTÂNEA DE ARTIGOS COM UM EDITOR
RESPONSÁVEL: Último nome do autor, Primeira inicial. (Ano da publicação).
Título do artigo. Em: Iniciais, Último nome dos editores (eds.), Nome da
Colectânea, Editora. Cidade da publicação.
EXEMPLOS:
Livro de um só autor:
Costa, J. (1995).
Caracterização e constituição do Solo. 5ª edição, Fundação Calouste Gulbenkian.
Lisboa.
Livro de vários autores:
Cunha, C. e Cintra, L. (1996). Breve gramática do Português
contemporâneo. 9ª edição, Edições João Sá da Costa. Lisboa. Ferreira, J.C.,
Strecht, A., Ribeiro, J.R., Soeiro, A. e Cotrim, G. (1999). Manual de
agricultura biológica – Fertilização e protecção das plantas para uma
agricultura sustentável. 2ª Edição, AGROBIO. Lisboa. Pierzynski, G., Sims, J. e
Vance, G. (1994). Soils and environmental quality. Lewis Publishers. Florida.
Várias obras do mesmo autor:
Santos, J.Q. (1995). Fertilização e poluição: Reciclagem
agro–florestal de resíduos orgânicos. Edição de Autor. Lisboa. Santos, J.Q.
(1996a). Fertilização – Fundamentos da utilização dos adubos e correctivos. 2ª
Edição. Publicações Europa-América. Lisboa. Santos, J.Q. (1996b).
Outro livro qualquer publicado no mesmo ano pelo mesmo
autor. Publicações Europa-América. Lisboa.
Publicação de um organismo
colectivo:
Boston Women´s Health Book Collective. (1973). Our bodies,
ourselves: A book by and for women. Simon. New York. Ministério da Agricultura
do Desenvolvimento Rural e das Pescas. (1997). Código de Boas Práticas
Agrícolas para a protecção da água contra a poluição com nitratos de origem
agrícola. MADRP. Lisboa.
Legislação ou normas:
Portaria nº 809/90 de 10 de Setembro. Diário da República nº
209/90 - I Série. Ministério da Agricultura, Pescas e Alimentação, da Saúde e
do Ambiente e Recursos Naturais. Lisboa.
NP 405-1 (1994). Norma Portuguesa para referências
bibliográficas: Documentos impressos. Instituto Português da Qualidade,
Ministério da Industria e Energia. Lisboa.
Artigo numa colectânea (compilação de trabalhos da responsabilidade de
um ou vários editores):
Silko, L.M. (1991). The man to send rain clouds. Em: W.
Brown e A. Ling (eds.), Imagining America: Stories from the promised land.
Persea. New York.
Artigo de uma revista
científica:
Ramírez, P.M., Castro, E. e Ibáñez, J.H. (2001).
Reutilização de águas residuais depuradas provenientes da ETAR de Albacete
(S.E. Espanha) em campos hortícolas. Tecnologias do Ambiente. 44: 48-51.
Sadiq. M. e Alam, I. (1997). Lead contamination of
groundwater in an industrial complex. Water, Air and Soil Pollution. 98:
167-177.
Referências a artigos publicados
em Livros de Actas de congressos ou Proceedings:
Arroja, L., Oliveira, G. e Capela, I. (1999). Contribuição
para a descontaminação de solos – Metodologias de implementação. Actas da 6ª
Conferência Nacional sobre a Qualidade do Ambiente. Centro de Congressos da
AIP, Lisboa. 2º Volume. pp. 607- 616.
Champ, D.R. e Schroeter, J. (1988). Bacterial transport in
fractured rock. In: Olsen, B.H. & Jenkins, D. (eds.). Proceedings of the
International Conference on Water and Wastewater Microbiology, Newport Beach,
USA, 8-11 February 1988. pp. 81- 87.
Teses de Mestrado ou de
Doutoramento:
Horta-Monteiro,
M.C.S.M. (1994). Utilização de Água Residual Urbana na Cultura de Azevém
(Lolium multiflorum Lam.). Tese de Mestrado em Nutrição Vegetal, Fertilidade do
Solo e Fertilização. Instituto Superior de Agronomia - Universidade Técnica de
Lisboa, Lisboa. 150 pp.
Tingle, C.C.D. (1985). Biological control of the glasshouse
mealybug using parasitic hymenoptera. Ph.D. Thesis. Departement of Biological
Sciences, Wye College, University of London. 375 pp.
Artigo de um jornal ou de uma
revista não científica:
Barringer, F. (1993, 7 de Março). Where many elderly live,
signs of the future. The New York Times, p. 12. Trillin, C. (1993, 15 de
Fevereiro). Culture Shopping. The New Yorker, pp. 48-51.
CD-ROM:
Moore, K. e Collins M. (eds.). (1997). Forages. [CD-ROM]. 5ª
ed. Iowa State Univ. Press: Ames. West, C. (1987). The dilemma of the black
intellectual. [CD-ROM]. Critical Quaterly, 29: 39-52. SilverPlatter File: MLA
international.
10 - Pesquisa de informação científica: normas.
O que é
pesquisa científica?
Para a realização de uma pesquisa científica, é
necessário que se apresente resultados mensuráveis, o que não é possível no
pensamento filosófico, por exem.
Outra coisa necessária para uma pesquisa se qualificar
como pesquisa científica é apresentar resultados que serão possíveis de
reproduzir. Isso porque não basta que um pesquisador original observe um
fenômeno para que ele fique comprovado: é preciso que a observação passe pela
comprovação de um teste.
Por isso devemos usar o método científico sempre em nossas
pesquisas.
Qual o objectivo da pesquisa científica?
Quem trabalha com pesquisa deve ter um foco principal,
que é: produzir conhecimento científico.
Quando trabalha para um empresa, em geral, essa função
está associada às áreas que serão lucrativas para a empresa, auxiliando o corte
de gastos, a modernização do serviço e iniciativas pensadas na
sustentabilidade, por exemplo.
Algumas empresas, entretanto, trabalham com áreas como
a criação de patentes, o que é muito interessante.
Existe, também, a possibilidade de se seguir carreira
como pesquisador, em universidades, em especial as públicas, em que
esse conhecimento gerado obrigatoriamente será público, então, na sociedade
brasileira.
Independente de qual será o destino do conhecimento
gerado, é conhecido o fato de que, para se tornar pesquisadora e pesquisador,
há um caminho de
Passos da
pesquisa científica: objetivos gerais e específicos, problema de pesquisa e
hipóteses
O que é o objetivo geral?
O objetivo geral é o elemento que resume e apresenta a
ideia central do trabalho acadêmico.
Portanto ele é o “o que” do seu trabalho!
Então ele deve expressar de forma clara qual é a
intenção daquele projeto de pesquisa que descreve e delimitar qual será o
escopo do trabalho.
Por isso, o objetivo geral deve expressar a delimitação
do tema.
Do mesmo modo ao pensar em um trabalho acadêmico é
bastante natural confundir o objetivo geral e o problema de pesquisa.
Então, o problema de pesquisa
será feito no formato de pergunta.
O que é
objetivo específico?
Primeiramente, o objetivo específico apresenta os
resultados que se pretende alcançar com a pesquisa de forma mais detalhada.
Por isso, costumam ser mais de um e serem, portanto,
descritos no plural.
Neste sentido ele é o como da sua
pesquisa. É o detalhamento do objetivo geral.
Além de profundar o objeto do trabalho e suas
particularidades, contribuindo para a delimitação do tema.
Para facilitar a compreensão dos objetivos específicos
e facilitar sua escrita, você pode imaginá-los como os passos necessários para
se atingir o objetivo geral.
Em outras palavras, eles descrevem as etapas da
pesquisa em sequência de execução.
Formulando uma
hipótese
A hipótese é parte do seu Problema de Pesquisa. Ela é
a extensão da pergunta à qual você se propôs responder: aqui, você deve indicar
onde, provavelmente, estarão os seus resultados e as respostas para a pergunta.
Um exemplo simples e caseiro: quando você perde a
chave do seu carro, precisa saber onde é mais provável que ela esteja, para
procurar lá primeiro e ter maiores possibilidades de não perder tempo
procurando em lugares improváveis como a geladeira, onde você só vai dar uma
olhada se ela não estiver em nenhum outro lugar. Esses locais mais prováveis
são a hipótese.
Fontes da
pesquisa científica
Em seguida, o trabalho do pesquisador é a Seleção
de Fontes
de pesquisa onde irá adquirir as informações pertinentes,
sejam elas já disponíveis ou o problema de pesquisa.
Uma vez com as fontes decididas, é hora de realizar a
Definição de Ações, em que se escolhem quais tarefas serão realizadas para
tentar conquistar as informações que faltam para resolver o problema.
Uma vez que as tenham sido feita a recolha de dados, é hora da análise de dados e
tratamento de Informações. Nessa fase, se determina quais delas realmente serão
úteis e quais podem estar comprometidas.
Outro elemento necessário é a escolha de uma Base
Teórica, que se trata de um norte sobre como interpretar as informações. A
intenção é que o mínimo da pesquisa fique dependente de um viés do autor.
O elemento seguinte são as Respostas para o problema
escolhido. Elas são um resultado da somatória dos elementos anteriores.
Em seguida, é preciso medir a Confiabilidade do
próprio trabalho, realizando um diagnóstico do que pode ter sido comprometido
ao longo do processo para que a resposta possa ser questionada por outros
pesquisadores que talvez a confirmem.
Por fim, para facilitar também o trabalho dos
pesquisadores que decidirem tentar confirmar ou refutar sua pesquisa, é preciso
determinar a Generalização dos Resultados.
A ideia aqui é explicar até que ponto os mesmos
resultados devem ser esperados quando o teste for realizado em outro lugar ou
condição. Isso ajuda os reprodutores da pesquisa a adaptar o processo ao tentar
realizá-lo.
Procedimentos
metodológicos da pesquisa científica
A escolha da metodologia é importantíssima para a realização
do trabalho. É elas quem determina o caminho que será percorrido através da
pesquisa.
A metodologia
de pesquisa escolhida também será uma forma de aproximar a sua
experimentação daquela realizada por outros pesquisadores tentando replicar
seus resultados.
É importante entender a diferença entre “metodologia”,
que preza pela validação dos caminhos escolhidos, e “métodos”, que simplesmente
descrevem o procedimento.
11 - Pesquisa de informação científica: exercícios práticos.
Processo de investigação cientifica, segundo Robert K. Yin
Características
de um bom problema de investigação:
(…) uma investigação científica que investiga um
fenómeno contemporâneo dentro de seu contexto da vida real, especialmente
quando os limites entre o fenómeno e o contexto não estão claramente definidos;
enfrenta uma situação tecnicamente única em que haverá muito mais variáveis de
interesse do que pontos de dados e, como resultado, baseia-se em várias fontes
de evidência (…) e beneficia-se do desenvolvimento prévio de proposições
teóricas para conduzir a colecta e análise dos dados. (YIN, 23001, p. 32-33).
7- Etapas a
percorrer num processo de investigação:
1. Formulação do
problema: que questões vamos fazer, quais os objectivos a atingir
2. Definir a
metodologia a utilizar: como fazer o estudo, que dados, procurar, onde e quando
os vou recolher, quem os vai recolher, quais as técnicas a utilizar.
3. Trabalho de
recolha de dados: consiste em fazer os questionários, as entrevistas, observar,
ler documentos.
4. Análise dos
dados: temos que organizá-los, analisá-los (quadros, gráficos)
5. Conclusão:
concluir a partir dos resultados da análise dos dados
6. Redacção: apresentar o
trabalho através de um relatório escrito
As sete etapas do processo de
investigação científica (segundo Quivy)
Segundo
Quivy as fases do processo de investigação científica baseiam-se num
procedimento científico dividido em três fases e em sete etapas. Sendo
essas fases a definição do problema, a construção do modelo de análise e a
verificação e esses mesmos actos se dividem em sete etapas sendo a primeira
etapa a pergunta de partida, depois a exploração, a problemática, a construção,
a observação, a análise das informações, e por fim, a conclusão. A definição do
problema abrange as três primeiras etapas, a construção diz respeito à quarta
etapa e a verificação nas três últimas etapas.
A
fase da Ruptura é onde o investigador deve dispersar os preconceitos e
falsas evidências que dão a ilusão de compreensão das coisas. Na fase de
Construção, pretende-se que o investigador consiga definir as proposições explicativas
do fenómeno a estudar, delinear o plano de pesquisa e as operações e, prever as
consequências que estão por vir. A ultima fase, a da Verificação, pretende que
através da verificação dos dados se possa inserir a investigação no estatuto
científico.
Essas
três fases são consideradas padrão para paradigma seguido por qualquer
investigador.
A etapa mais importante e fundamental, na construção
de uma investigação, é a Pergunta de Partida.
Investigar é procurar o conhecimento e para isso devemos definir muito
bem um fio condutor, evitando desvios e angústias, mesmo que este seja
provisório e reformulado numa etapa seguinte.
Uma boa pergunta de partida deve ser: clara, por forma a evitar-se várias interpretações da mesma; exequível, ou seja, realista principalmente no que respeita aos recursos pessoais, materiais e técnicos; e pertinente, evitando cair em juízos de valor mas sim, tentando compreender. Para isso, a pergunta deve ser “aberta”, dando espaço a várias respostas e não a uma resposta preconcebida; deve abordar o estudo do que existe ou já existiu, e não do que se prevê que vá existir.
Uma boa pergunta de partida deve ser: clara, por forma a evitar-se várias interpretações da mesma; exequível, ou seja, realista principalmente no que respeita aos recursos pessoais, materiais e técnicos; e pertinente, evitando cair em juízos de valor mas sim, tentando compreender. Para isso, a pergunta deve ser “aberta”, dando espaço a várias respostas e não a uma resposta preconcebida; deve abordar o estudo do que existe ou já existiu, e não do que se prevê que vá existir.
A segunda etapa, a da Exploração, vem dar consistência à pergunta
formulada através de um trabalho de leituras, entrevistas ou outros métodos
exploratórios. Com as leituras o investigador mune-se de informações já
recolhidas por outras investigações sobre o tema de estudo, seguindo ou
alterando as correntes de pensamento. Nesta prática é comum o investigador se
perder com muitas informações e portanto é essencial seleccionar-se
criteriosamente um pequeno número de leituras, que sejam proveitosas, que
estimulem a reflexão crítica e a imaginação do investigador. As entrevistas
podem ser úteis como complemento das leituras, pois podem permitir ao
investigador um primeiro contacto com/ sobre os objectos de estudo, de uma
forma não directiva, em forma de conversa, permitindo assim novas ideias.
No final desta fase o investigador pode reformular a sua pergunta de partida.
No final desta fase o investigador pode reformular a sua pergunta de partida.
A terceira fase, a Problemática,
diz respeito à forma como o problema vai ser abordado e, pode-se desenvolver em
dois momentos: na realização de um balanço das problemáticas possíveis partindo
dos estudos exploratórios e, na escolha do quadro teórico que sustenta a
investigação.
A quarta etapa, a da Construção do modelo de análise, consiste em
definir as dimensões e os indicadores dos conceitos e, levantar hipóteses.
A quinta etapa, a Observação,
compreende o conjunto de procedimentos que vão confrontar o modelo de análise
com os dados observáveis. A escolha do método utilizado nesta etapa depende das
hipóteses levantadas e que tipo de informações pretendemos recolher de modo a
recolher dados pertinentes.
A sexta etapa, a da análise
das informações, trata a informação recolhida na fase anterior
com vista a comparar os resultados obtidos com os esperados a partir das
hipóteses.
Na última etapa, a das conclusões, é apresentado o resultado da
investigação seguindo três fases: apresentação da retrospectiva dos
procedimentos adoptados, dos contributos para o conhecimento originados pelos
estudo e, das considerações de ordem prática.
Quivy, R., & Campenhoudt, L. V. (2008). Manual
de investigação em ciências sociais. Lisboa: Gradiva.
CITAÇÕES – American Psychological
Association (APA)
Apesar
de mais utilizadas no âmbito das Ciências Sociais, as Normas editadas pela APA
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a "História da Medicina", "Psicologia" ou "Saúde
Pública".
Para consultar exemplos para referenciar fontes de informação [artigos de revista, livros, internet, e-journals] e citar no texto (sistema autor-data), segundo este formato
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O que são as Normas APA
As normas APA compõe um estilo de
escrita e formatação para trabalhos acadêmicos, mais especificamente para
artigos de periódicos. O estilo APA pode, contudo, ser utilizado também na
formatação de outros tipos de trabalhos, sendo adotado por diversas
instituições de ensino.
Estas normas surgiram com o manual de
estilo da American Psychological Association (APA) e são
amplamente utilizadas, em sua totalidade ou com alterações, por diversos
periódicos científicos e instituições acadêmicas.
Tendo sido publicado pela primeira vez
em 1929, o Estilo APA teve diversas reedições ao longo dos anos, a fim de
atualizar as normas e adequá-las às novas necessidades encontradas pela
pesquisa científica, sendo que última atualização do Estilo APA foi lançada em
2009.
Formatação
de Citações nas normas APA
O sistema utilizado pelas Normas APA é
autor-data, isto é, o sobrenome do autor e o ano de publicação.
Portanto, o texto deve ser documentado
citando o autor e a data de publicação dos trabalhos pesquisados e consultados,
sendo que todos os autores citados no texto devem estar presentes nas
referências com as informações completas.
Uma citação em um artigo necessita da
inclusão do nome do autor da fonte, que comumente ocorre nas frases que
introduzem o material citado, da data de publicação e um número de página entre
parênteses, se houver.
No final do artigo, uma lista das
referências fornece a informação completa sobre a publicação da fonte, sendo
que essa lista deve ser apresentada pela ordem alfabética do último nome dos
autores ou dos títulos dos trabalhos, caso não existam autores.
Abaixo, veja como se referenciar
diversos tipos de fontes de consulta.
Citação
Normas APA – Trabalhos com um autor
O sobrenome do autor deverá ser escrito
com a primeira letra em maiúsculo e o restante em minúsculo, independente de
estarem fora ou dentro dos parênteses.
Exemplo:
- No texto: (Giddens, 1978) ou Giddens (1978)
- Nas referências: Giddens, A. (1978). Novas regras
do método sociológico. Rio de Janeiro: Zahar.
Citação
Normas APA – Trabalhos com Dois autores
Quando um trabalho tem dois autores,
citar os sobrenomes seguidos da data de publicação toda vez que a referência
ocorrer no texto.
Exemplos:
- No texto: Moody e White (2003) ou (Moody &
White, 2003)
- Nas referências: Moody, J., & White, D. R.
(2003) Structural cohesion and embeddedness: a hierarchical concept of
social groups. American Sociological Review, 68(1), 103-127.
Citação
Normas APA – Três a cinco autores
Quando um trabalho tem três, quatro ou
cinco autores, acrescentar todos os sobrenomes na primeira citação seguida da
data de publicação. Nas subsequentes, incluir apenas o sobrenome do primeiro
autor seguido de et al. e a data de publicação — entre
parênteses.
Exemplos:
- No texto (1ª citação): Alves Filho, Cerra, Maia,
Sacomano Neto e Bonadio (2004) ou (Alves Filho, Cerra, Maia, Sacomano
Neto, & Bonadio, 2004)
- No texto (citações subsequentes): Alves
Filho et al. (2004) ou (Alves Filho et al.,
2004)
- Nas referências: Alves Filho, A. G., Cerra, A.
L., Maia, J. L., Sacomano Neto, M., & Bonadio, P. V. G. (2004).
Pressupostos do gerenciamento da cadeia de suprimentos: evidências de
estudos sobre a indústria automobilística. Gestão & Produção, 11(3),
275-288.
Seis
ou mais autores
Quando um trabalho tem seis ou mais
autores, citar apenas o sobrenome do primeiro autor seguido de et al. e
a data de publicação — nas referências acrescentar todos os autores.
Exemplos:
- No texto: Alves Filho et al. (2001)
- Nas referências: Alves Filho, A. G., Rachid, A.,
Nogueira, E., Donadone, J. C., Martins, M. F., Truzzi, O. M. S., Bento, P.
E. G., Martins, R. A., & Vanalle, R. M. (2001). O consórcio modular e
seus impactos na cadeia de suprimentos da fábrica de motores VW-São Carlos
(Relatório Final, Projeto Temático, Processo FAPESP 97/13071-9). São
Carlos, SP, Universidade Federal de São Carlos.
Autor entidade
Corporações, associações, órgãos
governamentais , entre outros, deverá ser escrito por extenso na primeira
citação e abreviado a partir de então.
Exemplos:
- No texto (1ª citação): Banco Central do Brasil
[BACEN] (2003)
- No texto (citações subsequentes): BACEN (2003) ou
(BACEN, 2003)
- Nas referências: Banco Central do Brasil. (2003).
Anuário de crédito rural.Recuperado em 10 novembro, 2003, de
http://www.bcb.gov.br/htms/CreditoRural/2001/rel53211.pdf
Sem autor
Inclusive materiais legais, citar no
texto as primeiras palavras do título, ou o título inteiro se ele for curto e o
ano. Na lista de referências coloque o título na posição do autor.
Exemplos:
- No texto: Lei n. 9.984 (2000) ou Constituição
(1988)
- Nas referências: Constituição da República
Federativa do Brasil de 1988. (1998). Brasília. Recuperado em 10 abril
2007, de
Fonte secundária
Citação de um trabalho discutido em
fonte secundária, indicar o autor da obra original e o ano (se possível), logo
após acrescentar “como citado em” o autor, ano e página da obra utilizada para
consulta.
Na lista de referências indicar apenas
os dados da obra secundária (material que foi utilizado como meio de consulta
para a citação). No caso de citação direta é obrigatório a indicação da página.
Exemplos:
- No texto: Den Dulk et al. (1999
como citado em Rego & Souto, 2004, p. 32).
- Nas referências: Rego, A., & Souto, S.
(2004). Comprometimento organizacional em organizações autentizóticas: um
estudo luso-brasileiro. Revista de Administração de Empresas, 44(3),
30-43.
Citação
Normas APA para Livros
Caso a cidade onde se localiza a Editora
não seja uma cidade conhecida, acrescente o Estado ou País (usar abreviaturas
para o Estado).
Coloque dois pontos após a localização.
Se duas ou mais localidades de publicação são apresentadas, indicar a
localidade primeiramente listada no livro ou, caso especificado, a localização
da matriz da editora.
Exemplo:
Toffler, A. (1994). O choque do futuro
(5a ed.). Rio de Janeiro: Record.
Periódicos
científicos, revistas e boletins
Indicar o número do volume (em itálico)
e número da edição (quando houver) para periódicos científicos, revistas e
boletins informativos.
Exemplo:
Peci, A. (2007). Reforma regulatória
brasileira dos anos 90 à luz do modelo de Kleber Nascimento. Revista de
Administração Contemporânea, 11 (1), 11-30.
Periódico
eletrônico
Sobrenome, Nome abreviado. (ano de
publicação). Título do artigo. Nome do eletrônico Periódico, volume (número),
páginas. Recuperado em dia mês, ano, endereço eletrônico completo.
Exemplo:
Santos, C. P. dos, & Fernandes, D.
H. von der (2007). A recuperação de serviços e seu efeito na confiança e
lealdade do cliente. RAC-Eletrônica, 1 (3), 35-51. Recuperado em 5 dezembro,
2007, de http://anpad.org.br/periodicos/content/frame_base.php?revista=3
Artigo
de revista
a Indicar a data apresentada na
publicação – ano e mês para publicações mensais ou ano, mês e dia para
publicações semanais e/ou diárias, acrescentar o volume, o número (se houver) e
páginas (número de páginas).
Exemplo:
Schwartz, J. (1993, September 30).
Obesity affects economic, social status. The Washington Post, pp A1, A4.
Tese
e dissertação
Sobrenome, Nome abreviado. (ano de
publicação). Título do Trabalho. Tipo do documento, Instituição, cidade,
estado, país.
Exemplo:
Nogueira, E. E. S. (2000). Identidade
organizacional – um estudo de caso do sistema aduaneiro
brasileiro. Dissertação de mestrado, Universidade Federal do Paraná, Curitiba,
PR, Brasil.
Documentos
eletrônicos
Documentos eletrônicos devem indicar o
ano de publicação ou, caso a fonte seja atualizada regularmente, a data de
atualização mais recente. Após o título, usar os termos “recuperado” ou “de” e
indicar o endereço eletrônico, permitindo o acesso imediato ao documento.
Exemplo:
Famá, R., & Melher, S. (1999) Estrutura
de capital na América Latina: existiria uma correlação com o lucro das
empresas? Recuperado em 15 abril, 2004, de pesquisa/artigos/arquivos/1.pdf
Tirado DAQUI
2- Processo de amostragem: conceitos de população e amostra. Tipos de amostragem.
População e amostras
Toda
pesquisa estatística precisa atender a um público-alvo, pois é com base nesse
conjunto de pessoas que os dados são recolhidos e analisados de acordo com o
princípio da pesquisa.
Esse
público-alvo recebe o nome de população e constitui um conjunto de pessoas que
apresentam características próprias, por exemplo: os usuários de um plano de
saúde, os membros de uma equipe de futebol, os funcionários de uma empresa, os
eleitores de um município, estado ou país, os alunos de uma escola, os
associados de um sindicato, os integrantes de uma casa e várias situações que
envolvem um grupo geral de elementos. A população também pode ser relacionada a
um conjunto de objetos ou informações. Na estatística, a população é
classificada como finita e infinita.
População finita: nesses casos o número de elementos de um grupo não é muito grande, a entrevista e a análise das informações devem abordar a todos do grupo.
Por
exemplo:
Ø As condições das escolas particulares na cidade de Goiânia. Se observarmos o grupo chegaremos à conclusão de que o número de escolas particulares em Goiânia é considerado finito. População infinita: o número de elementos nesse caso é muito elevado, sendo considerado infinito.
Por
exemplo:
Ø A população da cidade de São Paulo. Amostra diz respeito a um subconjunto da população, fração ou uma parte do grupo. Em alguns casos seria impossível entrevistar todos os elementos de uma população, pois levaria muito tempo para concluir o trabalho ou até mesmo seria financeiramente inviável, dessa forma, o número de entrevistados corresponde a uma quantidade determinada de elementos do conjunto, uma amostra.
SILVA, Marcos Noé Pedro da.
"População e amostras
"; Brasil Escola.
Ver também o documento:
TIPOS DE AMOSTRAGEM
Organizar uma pesquisa de mercado pode ser um desafio, tendo em vista o tamanho do universo a ser estudado. A maneira como essa amostra será selecionada vai impactar todos os resultados que serão observados.
Por isso, você precisa conhecer os tipos de amostragem para ajudar na escolha do método ideal. Assim, será possível extrapolar seus resultados para todo universo de pesquisa, todo o público alvo da pesquisa ou mesmo reduzir as chances de erro da pesquisa. Então, descubra quais as técnicas mais utilizadas e como essa estratégia é importante para a sua coleta de dados.
A IMPORTÂNCIA DE UMA AMOSTRAGEM
A ideia da amostragem é estabelecer um critério de seleção de representantes do público alvo, uma vez que entrevistar todos seria trabalhoso, dispendioso ou, dependendo do caso, impossível. Assim, você extrai uma amostra desse segmento, colhe os dados e projeta os resultados obtidos em todo o contexto.
Neste artigo veremos ainda que, quanto mais qualificada for as informações do universo (público alvo de pesquisa), mais controle você terá sobre os critérios de seleção da amostra e mais confiável poderá ser a sua pesquisa.
Existem dois parâmetros essenciais para determinar o tamanho da amostra, que são:
Quanto maior for a margem de erro em uma pesquisa, menor é a confiabilidade de que os resultados identificados na amostra.
AS AMOSTRAGENS PROBABILÍSTICA E NÃO PROBABILÍSTICA
Como você pôde perceber, o critério escolhido para selecionar uma amostra é uma etapa fundamental para o resultado da pesquisa. Neste artigo, focaremos em dois tipos de amostragem: as probabilísticas e as não probabilísticas.
Probabilística
Uma amostragem é considerada probabilística quando a amostra é obtida de forma aleatória. Com isso, os resultados tornam-se imparciais, pois todos os elementos têm chance conhecida e diferente de “0” de responder à pesquisa.
Contudo, é necessário obter uma listagem completa dos indivíduos a serem pesquisados para criar uma espécie de sorteio, garantindo a ocasionalidade. Ou seja, para que uma pesquisa seja probabilística, precisamos conhecer e ter informações sobre o universo e definir parâmetros de seleção dos indivíduos imparciais e que tenham chance conhecida de seleção.
Nesse cenário, os principais tipos de amostragem são:
Não probabilística
A pesquisa não probabilística é uma alternativa quando não temos informações sobre o universo de pesquisa, ou seja, não temos certeza sobre quantos são, nem mesmo as características do público alvo. Outro critério que pode levar a escolha desta técnica é a limitação de recursos financeiros ou mesmo uma limitação de tempo.
Neste caso, o pesquisador pode definir os critérios de pesquisa, mas não irá garantir que os resultados possam ser representativos. Por exemplo, ao fazer uma pesquisa com mulheres, as respostas foram obtidas somente com jovens entre 16 e 21 anos. Dessa forma, não é possível afirmar que o resultado possa representar a opinião de todo o público feminino.
A seleção é feita desconhecendo as características dos elementos, criando influência ou falta de controle na escolha da amostra. Como a amostragem não probabilística, não existe referência a margens de erro e níveis de confiança.
Confira alguns tipos de amostragem não probabilística:
OS MELHORES TIPOS DE AMOSTRAGEM
Não existe o método mais correto, mas, sim, aquele ideal para o tipo de pesquisa, o mercado a ser estudado, ou mesmo a urgência da decisão. Portanto, é essencial considerar a dificuldade da coleta de dados e o nível de precisão necessária.
A principal vantagem da amostragem probabilística é que ela garante segurança sobre a análise. Como os dados os elementos (entrevistados) são selecionados de forma controlada, sem a influência do pesquisador, é possível obter um resultado representativo.
Já a utilização de amostragem não probabilística é tão ou mais comum em pesquisas de marketing quanto as probabilísticas e, mesmo não sendo representativa, é possível se estabelecer níveis de controle que garantam relativa confiabilidade aos estudos. Nestes casos, os profissionais de marketing, atentos a competição de mercados e cientes da urgência de suas decisões, conduzem pesquisas não probabilísticas.
A qualidade da amostra é fator determinante para os resultados de uma pesquisa. Conhecer quais os tipos de amostragem vai garantir que as respostas sejam as mais próximas possíveis do objetivo a ser analisado.
Para ter uma amostragem válida, defina qual o público da pesquisa e o tipo de informação de que precisa. Depois, verifique qual a margem de erro que você está disposto a obter. Por fim, identifique o número aproximado de entrevistas que precisa fazer. Com essas respostas, você vai conseguir identificar qual amostragem é ideal para a sua pesquisa.
3 - Ferramentas e estratégias de
recolha de informação: observação
1. Observação
A
técnica de observação “utiliza os sentidos na obtenção de determinados
aspectos
da realidade. Não consiste apenas em ver ou ouvir, mas também em examinar os
fenômenos que se deseja estudar.
Pode
ser sistemática, assistemática; participante, não participante; individual, em
equipa; na vida real, em laboratório.”(Marconi &
Lakatos,2008, p.111).
É
também tida como uma documentação directa intensiva.
Mas,
“se pusermos aqui de lado o caso muito particular (e por vezes muito vago) da investigação-acção, os métodos de observação
directa constituem os únicos métodos de investigação social que captam os comportamentos
no momento em que eles se produzem e em si mesmos, sem a mediação de um documento ou de um testemunho” (Quivy &Campenhoudt, 1992, p.196).
Pode-se
dizer que “as observações ...incidem sobre
comportamentos dos actores, na medida em que se manifestam
sistemas de relações sociais, bem como sobre os fundamentos culturais
e idelógicos que lhe subjazem”
Ainda
assim, “o investigador deve estar atento ao
aparecimento ou à transformação dos comportamentos, aos efeitos
que eles produzem e aos contextos em que são observados, como a
ordenação de um espaço ou a disposição dos móveis de um local, que
cristalizam sistemas decomunicação e de hierarquia ” (Quivy & Campenhoudt, 1992, p.197).
2. Observação
quanto ao tipo
“A observação
participante do tipo etnológico é,
logicamente, a que melhor responde, de modo global, às preocupações habituais
dos investigadores em ciências sociais”
(Quivy
& Campenhoudt, 1992).
Porque,
e neste caso, “consiste em estudar uma comunidade durante um longo período, participando nos seus modos de vida, de dentro e pormenorizadamente,
esforçando-se em perturbar menos possível.”(Quivy & Campenhoudt, 1992).
A observação não participante
apresenta
um perfil em que o investigador não participa na vida da comunidade, mas
observando-a de um ponto/lugar “exterior”.
Note-se
que neste tipo de observação, há quase que amiudamente uma tendência de uma
observação prolongada que pode ser ‘invasiva’ e à revelia dos
observados.
A
que os seus objectivos dizem respeito, a observação pode variar em conformidade com
as formas que essa observação é concebida. À-priori, “o método é particularmente adequado à análise do não-verbal e
daquilo que ele revela: as condutas instituídas e os códigos de comportamento,
a relação com o corpo, os modos de vida e os traços culturais, a organização
espacial dos grupos e da sociedade, etc.” (Quivy & Campenhoudt, 1992, p. 199).
Vantagens
·
Conhecimento
“in loco” da situação local e comportamento dos entrevistados no próprio
momento da sua ocorrência
·
Coleção
de material de análise
·
A
observação é autêntica (é fácil mentir com a boca do que com o corpo).
Desvantagens e problemas
·
Resistência
dos grupos/comunidades para serem observados
·
Problema
de transcrição dos comportamentos vistos
3.Problema de
interpretação da observação.
A seguir a uma observação, recomenda-se
que o investigador utilize a técnica de entrevista bem assim da análise do seu
conteúdo, com o objectivo de clarificar e aprofundar aspectos que ficaram
aparentes durante a observação.
No que concerne à preparação do
investigador para realizar a observação, a“melhor e, no fundo, a única
verdadeira formação em observação é a prática. Enfim, para lá do recomendado
reflexões teórico-epistemológico e leituras essenciais sobre o cerne da observação, “há, pois, que
aprender a observar observando; e se tivermos oportunidade para isso, é
preciso comparar as nossas observações com as dos colegas com quem trabalhamos.” (Quivy & Campenhoudt, 1992, p. 201).
Ver
Documento
“Segundo Ludke e André (1986), a
observação é um dos instrumentos básicos para a recolha de dados na
investigação qualitativa. Na verdade, é uma técnica de recolha de dados,
utilizando os sentidos, de forma a obter informação de determinados aspectos da
realidade.
Obriga o investigador a um contacto
mais directo com a realidade, ajudando-o a identificar e a obter provas a
respeito de objectivos sobre os quais os indivíduos não têm consciência, mas
que orientam o seu comportamento (Lakatos & Marconi, 1990; Santos 1999,
2002). Quer a observação seja estruturada ou não, o seu papel consiste em
observar e registar da forma mais objectiva possível e depois interpretar os
dados recolhidos. Como vantagens para esta técnica, podemos referir o facto de
a observação permitir chegar mais perto da “perspectiva dos sujeitos” e a
experiência directa ser melhor para verificar as ocorrências (Ludke &
Andre, 1986), ou ainda o permitir a evidência de dados que não seriam possíveis
de obter nas respostas a questionários (Lakatos & Marconi, 1990).
Para complementar as informações
recolhidas pela observação, recorremos à análise documental das fichas de
respostas dos alunos que permitirá revelar aspectos novos, sendo, por isso, uma
técnica de recolha de informação necessária em qualquer investigação”.
Para obter informações e colectar dados que
não seriam possíveis apenas através da observação e da análise documental, pode
realizar-se uma entrevista
Ver também
4 - Ferramentas
e estratégias de recolha de informação: o
inquérito por questionário
Um questionário é um instrumento
de investigação que utiliza processos de recolha sistemática de dados, com
vista a dar resposta a um determinado problema.
Baseia-se normalmente numa série de perguntas a serem aplicadas a uma amostra representativa
do grupo que se pretende estudar. Os dados recolhidos são de fácil tratamento
uma vez que as respostas, em particular as fechadas, permitem uma fácil
quantificação dos resultados e, consequentemente, a sua análise estatística
resulta facilitada
A utilização deste instrumento de recolha de informação pressupõe um trabalho
faseado em três momentos
·
Planificação;
·
Execução;
·
Tratamento da informação
1.
Planificação
Delimitação
do âmbito dos problemas a estudar e, em
consequência, da informação a obter (objectivos do questionário);
Formulação
de hipóteses teóricas que se pretende verificar;
Delimitação
rigorosa do universo ou população do inquérito e
construção de uma amostra representativa;
Planificação
das secções do questionário, formulando as questões que integram cada secção
“(...) a construção do questionário e a
elaboração das questões constituem uma fase crucial do desenvolvimento de um
inquérito como método de investigação. Quaisquer imprecisões, erros ou
ambiguidades precisam de ser eliminadas antes de sua aplicação em campo pois
estas, por mínimas que sejam, exercerão impacto decisivo no total das operações
posteriores em direcção às conclusões”. (Clara Coutinho)
Na formulação de questões assegurar que:
A linguagem se adapta ao público-alvo;
Evitar a irrelevância e a ambiguidade;
Evitar assuntos de natureza pessoal, ou que possam ser delicados para o
inquirido;
Deve obedecer aos princípios da clareza, da concisão, da coerência e da
neutralidade
Tipos
de questões
Questões de resposta aberta: Permitem
liberdade de expressão ao inquirido
Vantagens
associadas às questões abertas:
Veiculam alguma originalidade;
Possibilitam variedade de respostas;
Facilitam a recolha de informação mais diversificada
Desvantagens
associadas às questões abertas:
Potenciam a dificuldade em organizar e categorizar as respostas;
Requerem mais tempo (para responder e para analisar as respostas);
Os inquiridos com escolarização reduzida podem manifestar alguma
dificuldade nas suas respostas.
Questões
de resposta fechada:
O inquirido apenas selecciona a opção (de entre as apresentadas), que mais
se adequa à sua opinião.
Vantagens
associadas às questões fechadas:
Rapidez e facilidade de resposta;
Maior uniformidade, rapidez e simplificação na análise das respostas;
Facilidade na categorização das respostas para posterior análise.
Desvantagens
associadas às questões fechadas:
Dificuldade em elaborar as respostas possíveis para uma determinada questão
Não se estimula a originalidade e a variedade de respostas
O inquirido pode optar por uma resposta que se aproxima mais da sua opinião
embora não sendo esta uma representação fiel da realidade
Cabe ao investigador seleccionar
o tipo de questão a apresentar de acordo com o fim para o qual a informação é
usada, as características da população em
estudo e o método escolhido para divulgar os resultados, tendo em conta as
vantagens e desvantagens de cada tipo de respostas
Tipos
de questionários:
Questionários
de tipo aberto
Usam questões abertas
Questionários
de tipo fechado
Usam questões fechadas
Questionários
de tipo misto
Conjugam questões abertas e questões fechadas
A aplicação de um questionário implica a medição dos aspectos que se pretendem estudar.
Tal só é possível com a utilização de escalas.
As escalas que se utilizam podem ser de quatro
tipos:
Escala de
Likert; Série de cinco proposições, das quais o
inquirido deve seleccionar uma: Concorda totalmente, concorda, sem opinião,
discorda, discorda totalmente;
Cotação das respostas varia de modo consecutivo: +2, +1, 0, -1,- 2 ou
utilizando pontuações de 1 a 5.
VAS
(Visual Analogue Scales); Trata-se
de uma linha horizontal, apresentando nas extremidades duas proposições
contrárias: Útil / Inútil
O inquirido responde à questão assinalando, na linha, a posição que
corresponde à sua opinião
Escala
Numérica; Derivada escala anterior, a linha
apresenta-se dividida em intervalos regulares
Escala
Guttman. Conjunto de respostas que estão hierarquizadas, (se um
inquirido concordar com uma das opções está a concordar com todas as que se
encontram numa posição inferior na escala);
A cada item é atribuída uma cotação;
Este tipo de escala apresenta diferenças relativamente às anteriores, pois
pretende fazer uma apreciação quantitativa relativamente à atitude do inquirido
Ainda antes de proceder à aplicação do questionário assegurar a realização
de uma testagem, através de:
Pré-teste ou inquérito-piloto, no qual serão previamente ensaiados o tipo,
a forma e a ordem das perguntas que, a título provisório, se tenham incluído
num projecto de questionário
Na perspectiva de Almeida e Pinto (1995), a opção por um inquérito de
administração indirecta exige a selecção e formação dos entrevistadores,
enquanto que com o questionário que se destina a ser auto-administrado não
devem descurar-se pormenores como o aspecto gráfico e as soluções mais eficazes
de envio e devolução do mesmo
3.Tratamento da Informação
A análise dos resultados - Esta fase inclui, além de outras operações:
A codificação das respostas;
O apuramento e tratamento da informação
A elaboração das conclusões fundamentais a que o inquérito tenha conduzido
A apresentação dos resultados: Concretiza-se normalmente na redacção de um
relatório de inquérito
Vantagens da utilização do inquérito por
questionário
Recolha de informações sobre grande número de indivíduos
Possibilidade de fazer comparações precisas entre as respostas dos
inquiridos
Facilidade de análise e sistematização dos resultados
Baixo custo
Desvantagens da utilização do inquérito por
questionário
O material recolhido pode ser superficial.
As perguntas padronizadas não
permitem captar diferenças de opinião
significativas ou subtis entre os inquiridos
As respostas podem dizer respeito
mais ao que as pessoas dizem que pensam do que ao que efectivamente pensam – importância da relação inquiridor/inquirido
A forma como é aplicado pode penalizar o curso do trabalho de investigação
A sua concepção implica a atenção concentrada em vários parâmetros, nomeadamente
A quem se vai aplicar;
Tipo de questões a incluir
Tipo de respostas que se pretende
Tema abordado
Por vezes a taxa de não-respostas
pode ser elevada, dependendo:
Da clareza das perguntas
Da natureza das pesquisas
Das habilitações literárias dos inquiridos
Bibliografia:
ALMEIDA, J. & PINTO, J. (1995).
A Investigação nas<br />Ciências Sociais. Lisboa: Ed. Presença.<br
/>
Consultas na Web
http://clientes.netvisao.pt/ruimmrosa/docs/Presentation3.pdf http://claracoutinho.wikispaces.com/Survey
Sites acedidos em 02 de Maio de 2010
Maria Serafina Roque
Erros a evitar na elaboração de um inquérito por
questionário
Um exemplo de inquérito por questionário!
5 - Ferramentas
e estratégias de recolha de informação: a
entrevista
Para complementar as informações recolhidas pela observação,
recorremos à análise documental das fichas de respostas dos alunos que
permitirá revelar aspectos novos, sendo, por isso, uma técnica de
recolha de informação necessária em qualquer investigação.
Para obter informações e recolher dados que não seriam possíveis
apenas através da observação e da análise documental, pode realizar-se uma
entrevista. Haguette (1997) define entrevista como “um processo de
interacção social entre duas pessoas na qual uma delas, o entrevistador, tem
por objectivo a obtenção de informações por parte do outro, o entrevistado”.
A
entrevista como colecta de dados sobre um determinado tema científico é a
técnica mais utilizada no processo de trabalho de campo. Através dela, os pesquisadores buscam obter informações, ou seja,
colectar dados objectivos e subjectivos. Se os dados objectivos podem ser
obtidos também através de fontes secundárias tais como questionários, testes,
etc., os dados subjectivos só podem ser obtidos através da entrevista, pois
que, estes se relacionam com os valores, às atitudes e às opiniões dos sujeitos
entrevistados.
A
preparação da entrevista é uma das etapas mais importantes da investigação que
requer tempo e exige alguns cuidados, destacando-se
entre eles: o planeamento da entrevista, que deve ter em vista o objectivo a
ser alcançado; a escolha do entrevistado, que deve ser alguém que tenha
familiaridade com o tema pesquisado; a oportunidade da entrevista, ou seja, a
disponibilidade do entrevistado em fornecer a entrevista que deverá ser marcada
com antecedência para que o investigador se assegure de que será recebido; as
condições favoráveis que possam garantir ao entrevistado o segredo das suas
confidências e da sua identidade e, por fim, a preparação específica que
consiste em organizar o roteiro ou formulário com as questões importantes
(Lakatos & Marconi, 1996). No que diz respeito à formulação das
questões o investigador deve ter cuidado para não elaborar perguntas absurdas,
arbitrárias, ambíguas, deslocadas ou tendenciosas.
As perguntas devem ser feitas levando em conta a sequência do
pensamento do entrevistado, ou seja, procurando dar continuidade na
conversação, conduzindo a entrevista com um certo sentido lógico para o
entrevistado. Para se obter uma narrativa natural muitas vezes não é
interessante fazer uma pergunta directa, mas sim fazer com que o entrevistado
relembre parte da sua vida, podendo o investigador ir suscitando a memória do
entrevistado (Bourdieu, 1999). Das várias formas de
entrevistas, as mais relevantes são: a entrevista estruturada, semi-estruturada
e aberta.
Uma entrevista estruturada é elaborada a mediante um
questionário totalmente estruturado, ou seja, é aquela onde as perguntas são previamente
formuladas e onde se mantém uma preocupação em não fugir a elas. O principal
motivo deste zelo é a possibilidade de comparação com o mesmo conjunto de
perguntas e que as diferenças deverão reflectir diferenças entre os
respondentes e não a diferença nas perguntas (Lakatos, 1996). Algumas das principais vantagens de um questionário é que nem sempre é
necessária a presença do investigador para que o respondente responda às
questões. Além disso, o questionário consegue atingir várias pessoas
ao mesmo tempo, obtendo um grande número de dados, podendo abranger uma área
geográfica mais ampla, se for esse o objectivo da investigação.
A técnica de entrevistas abertas é a mais adequada a finalidades
exploratórias, sendo bastante utilizada para o afinar de questões e para uma
formulação mais precisa dos conceitos relacionados. Para a sua estruturação, o
entrevistador introduz o tema e ao entrevistado é dada a liberdade de discorrer
sobre o tema sugerido. É uma forma de poder explorar mais amplamente uma questão.
As questões são respondidas dentro de uma conversação informal. A postura do entrevistador deve ser a de ouvinte, intervindo apenas em
caso de extrema necessidade, ou para evitar o término precoce da entrevista.
A entrevista aberta é utilizada quando se pretende obter o maior número
possível de informações sobre determinado tema, segundo o ponto de vista do
entrevistado, e ainda para obter mais e melhores detalhes sobre o assunto em
questão (Minayo, 1993).
Numa entrevista semi-estruturada cominam-se perguntas abertas com
perguntas fechadas, onde o entrevistado tem a possibilidade de discorrer sobre
o tema proposto. O entrevistador deve seguir um conjunto de questões
previamente definidas, mas fá-lo num contexto semelhante ao de uma conversa
informal. O papel do entrevistador é o de dirigir, sempre que
achar oportuno, a discussão para o assunto que lhe interessa,
fazendo perguntas adicionais para esclarecer questões que não ficaram claras ou
para ajudar a recompor o contexto da entrevista, caso o entrevistado tenha
“fugido” ao tema ou manifeste dificuldades com ele. Em oposição aos
questionários, que têm um índice de devolução muito baixo, a entrevista tem um
índice de respostas mais abrangente, uma vez que é mais fácil as
pessoas
aceitarem falar sobre determinados assuntos, que responder por escrito.
As
técnicas de entrevista aberta e semi-estruturada apresentam também como
vantagem a sua elasticidade quanto à duração, permitindo uma cobertura mais
profunda sobre determinados assuntos. Além disso, a interacção entre o
entrevistador e o entrevistado favorece respostas espontâneas.
As
respostas espontâneas e a maior liberdade que os entrevistados têm pode fazer
surgir questões inesperadas para o entrevistador que poderão ser de grande
utilidade na sua pesquisa.
Quanto
a desvantagens da entrevista aberta e semi-estruturada,
estas dizem respeito muito mais a limitações do próprio entrevistador, como por
exemplo: a escassez de recursos financeiros e próprio dispêndio de tempo.
Por
parte do entrevistado há a insegurança em relação ao seu anonimato e por causa
disso muitas vezes o entrevistado retém informações importantes, contudo, estas
questões são melhor apreendidas pela entrevista aberta e semi-estruturada.
Acabámos,
assim, de justificar a utilização, como técnicas de recolha de dados, da
observação, da análise documental e da entrevista semi-estruturada.
Num
capítulo adiante iremos descrever, para cada uma delas, como ocorreu o nosso
estudo, sua preparação e realização bem como os instrumentos que utilizámos e
adaptámos.
Ver Documento
(Em manunentação, semana a semana....)
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